Hay Festival de Literatura e Artes 2017

Grande público, ilustres convidados e diversas atrações marcaram a 30ª edição de um dos mais importantes eventos culturais, o Hay Festival de Literatura e Artes, descrito pelo ex-presidente americano Bill Clinton, como o “Woodstock da Mente”.


Comemorando os seus trinta anos em grande estilo, como um evento que não conhece fronteiras, o Hay Festival teve cerca de 250 mil ingressos vendidos para os mais de 500 eventos realizados durante os dias 25 de maio a 04 de junho, nos quais o público pode aventurar-se na imaginação dos maiores pensadores e contadores de histórias do mundo.

O festival reuniu mais de 800 escritores, cientistas, músicos, artistas, jornalistas, líderes globais, vencedores do Prêmio Pulitzer, historiadores, e intelectuais de todo o mundo para compartilhar histórias e ideias em meio as belas paisagens do Parque Nacional Brecon Beacons, no Reino Unido.

“Imagine the World”

Com o tema “Imagine um Mundo Melhor”, o evento discutiu os mais variados assuntos, como a literatura, a poesia, as artes, o cinema, a música, o meio ambiente, a ciência, a história, a religião, a psicologia, a política, a economia, a culinária, a tecnologia, o jornalismo, e muitos outros.

Como a relação entre empresas, governo e sociedade, a imigração, a teoria do multiverso, a computação quântica, a virologia, a adaptação cinematográfica de obras literárias, a ascensão dos robôs, a inteligência artificial, os conflitos globais, o ciberterrorismo, a pós-verdade, o espaço e o tempo. Assim como a exploração de planetas, os vulcões, o impacto das mídias sociais no comportamento humano, a literatura biográfica e a literatura YA, que foi discutida no “#HayYA”, um espaço dedicado a leitores ansiosos para saber mais sobre seus livros e filmes preferidos.

Além das alterações climáticas e das formas inovadores de cultivar alimentos, que foram o foco do fórum deste ano no “Hay on Earth”, no qual foram realizadas uma série de palestras, entre elas a “Transport Futures”, apresentada por Andy Fryers, que discutiu o impacto ambiental do transporte pessoal. A política também foi destaque no Hay Festival, que contou com a participação do senador americano Bernie Sanders, do Membro do Parlamento britânico Nick Clegg, entre muitos outros.

O festival contou ainda com diversos shows, como o “The Sound of the Baskervilles”, desenvolvido para agradar a todos os gostos musicais, e o concerto “The Phantom of the Opera”, inspirado no romance francês de Gaston Leroux, regido pelo organista e compositor padre Richard Williams. Também teve a 4ª edição do aclamado evento Letters Live, no qual renomados atores leem para o público cartas memoráveis de inúmeras personalidades, como Roald Dahl, Beatrix Potter, Barack Obama, Kurt Vonnegut e J.K. Rowling, entre outros.

Falando sobre literatura

Assim, durante 10 dias, o Hay Festival inspirou, encantou e envolveu leitores do mundo inteiro, de todas as idades e gostos literários, com uma programação cultural atraente e diversificada, que contou com a presença dos mais renomados autores nacionais e internacionais.

Entre eles o irlandês John Boyne (O Menino do Pijama Listrado), a canadense Alwyn Hamilton, autora do bestseller “A Rebelde do Deserto”, as escritoras britânicas Paula Hawkins (A Garota No Trem) e Helen Fielding (Bridget Jones Series), assim como o autor americano Paul Beatty, vencedor do Man Booker Prize 2016, e o escritor vietnamita Viet Thanh Nguyen, vencedor do Prêmio Pulitzer 2016. Sem falar no famoso autor britânico Neil Gaiman (Mitologia Nórdica), no conceituado escritor e crítico literário irlandês Colm Tóibín (Brooklyn), no premiado autor e jornalista americano Patrick Ness (Sete Minutos Depois da Meia-Noite) e no autor da obra “Cloud Atlas” David Mitchell.

Além do premiado romancista e jornalista britânico Andrew O'Hagan, da escritora e colunista turca Elif Şafak, do jornalista e escritor canadense Cory Doctorow, do poeta nigeriano Inua Ellams, do advogado e autor palestino Raja Shehadeh, da autora sul coreana Min Jin Lee, do economista e autor grego Yánis Varoufákis. Assim como dos escritores Ahdaf Soueif (Egito), Elizabeth Strout (EUA), Sally Gardner (Reino Unido), Olga Tokarczuk (Polônia), Norman Ohler (Alemanha), Srijato Bandopadhyay (Índia), e Julia Leigh (Austrália), entre muitos outros. 

Nesta edição, o Hay Festival contou ainda com o painel especial “Gabo & Bolaño”, no qual o romancista argentino Andres Neuman, a autora colombiana Carolina Sanin e o escritor mexicano Juan Villoro participaram de uma conversa sobre dois renomados autores latino-americanos, Gabriel García Márquez e Roberto Bolaño. Além disso, o festival também discutiu a vida e obra de Thomas More, autor do clássico “Utopia”, e por falar em clássicos “A Ilíada” e “A Odisseia” de Homero também deram o que falar no evento.

Convidados

Em meio a montanhas espetaculares e uma atmosfera de inspiração e esperança, o Hay Festival contou com a presença de algumas das mentes mais brilhantes, de homens e mulheres que informam o debate sobre a Europa, que se aventuram em novas descobertas e novas tecnologias, com o intuito de ampliar os nossos conhecimentos.

Entre eles o premiado cosmologista e astrofísico, Martin Rees, o geneticista Steve Jones, a neurocientista Hannah Critchlow, o astrônomo Mario Hamuy, o historiador Ilan Pappé, a arqueologista Sada Mire, o filósofo A. C. Grayling, o vulcanologista David M. Pyle, o antropologista J. C. H. King, a física e oceanógrafa Helen Czerski, assim como a especialista em mecânica quântica Linde Wester e a especialista em bioengenharia Michelle Oyen. 

Além do biógrafo, editor e tradutor Daniel Hahn, do geógrafo e autor Nicholas Crane, da advogada Miriam González Durántez, da renomada pianista Joanna MacGregor, da violinista Min Kym, da Chef. Thomasina Miers, da artista e ativista política Nadezhda Tolokonnikova, do premiado jornalista do The Guardian, Ian Coben, e do jornalista e editor da BBC News, John Simpson, entre muitos outros.

Também estiveram presentes no Hay Festival, o roteirista e produtor das séries “Sherlock” e “Doctor Who”, Steven Moffat, além do apresentador e comediante Graham Norton, do roteirista Jimmy McGovern (Cracker), da autora e roteirista Delia Ephron (Mensagem para Você), e do lendário guitarrista da banda Queen, Brian May. Sem falar, nas atrizes Fiona Shaw (Harry Potter) e Charlotte Rampling (Broadchurch), e nos atores Matthew Modine (Stranger Things) e Michael Sheen (Passengers).

Celebrações

Este foi um ano de muitas comemorações no Hay Festival, a começar pelos 500 anos das 95 Teses que Martinho Lutero pregou na porta da igreja em Wittenberg, desafiando a autoridade do Papa com uma nova visão radical do que poderia ser o cristianismo. A revolução que ele colocou em movimento derrubou governos, normas sociais e transformou a compreensão de milhões de pessoas sobre sua relação com Deus.

Para marcar a ocasião e impulsionado pelo seu 30º aniversário, o evento lançou o projeto Reformations, uma série de intervenções e re-pensamentos criadas para imaginar um mundo melhor. São ao todo 30 reformas, sendo que as 23 primeiras foram ouvidas no Hay Festival, e as 7 restantes serão apresentadas ainda este ano nos outros festivais ao redor do mundo. Há ainda o projeto “30 hectares”, no qual o Hay Festival planeja plantar 30 hectares de árvores em parceria com diversas escolas do País de Gales. 

Dando início ao projeto, o festival convidou 30 jovens escritores, pensadores, artistas e ativistas para examinar, reavaliar e re-imaginar as instituições e autoridades do mundo, como o Healthcare System (NHS) e a European Union (UE), a Internet, o casamento, a honra, a cidadania, o homem, o capitalismo, a educação, as fronteiras, a guerra e a paz, entre outros. 

O evento contou ainda com a celebração do bicentenário de Jane Austen, nos eventos “Jane Austen at Home”, onde a história da autora foi contada através dos lugares e espaços importantes para ela, e no “Jane Austen 200”, no qual o professor John Mullan (Canadá) e os escritores Sarah Churchwell (EUA) e Colm Toíbín (Irlanda), falaram sobre o que define o gênio de uma das mais conceituadas romancistas, que vem conquistando gerações de fãs. Também teve o painel “The Genius of Jane Austen: Her Love of Theatre and Why She is a Hit in Hollywood”, onde a autora Laura Byrne apresentou a escritora sob um ponto de vista radical, além de discutir o porquê seus livros fazem filmes tão incríveis.

Já o aniversário de nascimento do “pai da história”, o historiador grego Heródoto (484 a.C.-425 a.C.), foi comemorado no evento “Herodotus 2500”, no qual o autor Paul Cartledge falou sobre a vida e obra do grande narrador e investigador infinitamente curioso, cujas histórias são a fonte de muito do que conhecemos do mundo antigo.

HayDays

O festival também teve um espaço, especialmente, dedicado as crianças, jovens e suas famílias, o “HayDays”, que contou com sessões de autógrafos, oficinas, contação de histórias, além de debates e bate-papos com renomados autores e ilustradores da literatura infanto-juvenil.

Entre eles a escritora Cressida Cowell (Como Treinar o seu Dragão), o autor Anthony Horowitz (Alex Rider), o jornalista e escritor Horatio Clare (Aubrey and the Terrible Yoot), e a autora Julia Donaldson (The Gruffalo). Além da renomada escritora e ilustradora Judith Kerr (The Tiger who Came to Tea), do premiado autor Andy Stanton (Mr. Gum), e dos famosos ilustradores Chris Riddell, Oliver Jeffers, Axel Scheffler, Helen Oxenbury, e vários outros.

Além da literatura infanto-juvenil, a ciência também fez parte do “HayDays”, onde os jovens leitores puderam participar de uma incrível jornada pelo mundo dos robôs, com o programa de Robótica do “Museu da Ciência”, no qual cientistas da Universidade de Oxford, compartilharam seus conhecimentos em oficinas de Computação Quântica. A história, a educação e a psicologia também foram temas do “HayDays”, que dos livros infantis aos romances YA, mostrou como as histórias podem ajudar a desenvolver a empatia e a compreensão ao mesmo tempo em que afirma a confiança e a esperança para o futuro.

Saiba mais sobre o Hay Festival em seu site oficial.

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