O escritor e desenhista Mauricio de Sousa é o mais novo membro da Academia Paulista de Letras (APL), ocupando a cadeira 24 da instituição, que antes pertencia ao poeta e jurista Geraldo de Camargo Vidigal, falecido este ano.

foto: divulgação
Está é a primeira vez na história da APL que um quadrinista conquista este privilégio, o que pode ser considerado como uma forma de reconhecimento das Histórias em Quadrinhos (HQ) como um tipo de literatura. “Não tenho tantos livros e sou, antes de tudo, um quadrinista. Mas também sou autor de textos, mas textos dentro de balões’’, afirma o autor da Turma da Mônica.

Mauricio de Sousa iniciou sua carreira desenhando cartazes e ilustrações para rádios e jornais em Mogi das Cruzes, cidade onde cresceu. Mas, antes de criar a Turma da Mônica, trabalhou por cinco anos como repórter policial na Folha da Manhã, onde além de escrever as reportagens, também as ilustrava com desenhos bem aceitos pelos leitores.

Em 18 de julho de 1959, começou a desenhar histórias em quadrinhos para o jornal, criando o seu primeiro personagem, o cão Bidu. Assim, das tiras em quadrinhos com Bidu e seu dono Franjinha surgiram os primeiros personagens da Turma da Mônica, uma revista lançada pela Editora Abril em 1970 com tiragem de 200 mil exemplares.
 
“Gostaria de atrair crianças e jovens para conhecerem a Academia e seus representantes”, declarou Mauricio de Sousa após o anúncio da Academia Paulista de Letras.

Existindo a mais de 100 anos, a APL está localizada no Largo do Arouche, centro de São Paulo, e conta com quarenta membros. Entre eles, estão nomes como Walcyr Carrasco, Ignácio de Loyola Brandão, Ruth Rocha, Lygia Fagundes Telles, Antonio Ermírio de Moraes, Ives Gandra Martins, Raul Cutait, Miguel Reale Jr., Gabriel Chalita, Bolívar Lamounier e Jorge Caldeira. 
O romance “O Pequeno Príncipe” do escritor e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry ganhou recentemente uma nova adaptação para a TV, que tem causado muita polêmica entre os fãs.


Com o título "La planète du temps" (O planeta do tempo), o primeiro capítulo da animação, que será transmitida pela cadeia France 3, apresenta o personagem “O Pequeno Príncipe” com um ar mais moderno, que pouco tem a ver com as ilustrações criadas por seu autor.

As mudanças vão desde a aparência do personagem principal, mais próxima da adolescência que da infância, até a história contada no livro, no qual seu companheiro, a raposa, passa a ser na nova adaptação, seu alter ego cômico.

Os responsáveis por essa nova adaptação do romance argumentam que para os valores universais do protagonista alcançarem às novas gerações, é necessário adaptá-los aos tempos atuais. Caso contrário, ele ficará apagado diante dos novos heróis da literatura e condenado a ser uma obra mais conhecida pelos adultos do que pelas crianças.

"Queríamos que o Pequeno Príncipe tivesse olhos grandes, como os personagens do mangá e, por que não, vê-lo lutar ou fazer kung fu", comenta Olivier d'Agay, sobrinho do escritor e presidente da empresa que administra seu legado.

Por ouro lado, todas essas mudanças parecem não estar agradando aos fãs da obra, receosos de que os valores de inocência, amizade e amor, tão característicos do protagonista de Saint-Exupéry, se percam no decorrer da história.

O filme chegará às telas francesas no final de dezembro e estreará em 80 países. Será uma produção de 18,6 milhões de euros, um dos orçamentos mais altos da história para uma animação televisiva.


Sobre o livro

"Le Petit Prince", conhecido como “O Pequeno Príncipe” no Brasil, é a obra de maior sucesso do francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943 durante o seu exílio nos Estados Unidos.

A princípio, aparenta ser um livro infantil, no entanto basta ler algumas páginas para perceber o seu teor poético e filosófico, que envolve o leitor em uma narrativa sensível e delicada sobre a essência humana.

É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, e 500 edições diferentes. Também se trata da terceira obra literária (sendo a primeira a Bíblia e a segunda O Peregrino) mais traduzida no mundo, publicada em 160 idiomas.

Terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe, o escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, Antoine de Saint-Exupéry também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França. Suas obras na maioria são caracterizadas por elementos como a aviação e a guerra.

Saiba mais sobre o autor neste site.